segunda-feira, 7 de abril de 2008

Pronto comentei...

Não quero usar este blog para ficar comentando filmes, até pq, e não sei por qual razão também, não me sinto mto à vontade para isso, mas hoje vou abrir uma excessão para comentar o Shine a Light, o "documentário" sobre o Rolling Stones de MArtin Scorsese....

Frustração. É o que pode resumir o que senti ao ver o filme de MArtin Scorsese sobre os Rollings Stones.
Talvez a culpa dessa frustração seja minha, que esperava ver um documenário de uma grande banda feita por um grande cineasta. MAs o que pude ver não foi um documentário, nem mesmo cinema. Se vc já assistiu a qualquer DVD de um show dos Rollings Stones, não perca seu tempo indo ao cinema.
Uma infinidade de câmeras capta duas horas de um show realizado pelos Stones no Beacon Theater, resultado ? nada mais do que esperado, belas imagens, belos planos um show e nada mais.
O pior de tudo foi a expectativa deixada pela parte incial do filme, logo no começo pensei " vai ser do caralho!" JAgger achando uma merda o design do palco, Scorcese querendo desesperadamente saber o set list, Ron Wood jogando sinuca, ensaios da banda, conversa por telefone com Mick jagger, mas tudo foi por água abaixo assim que o Show começou.
Ao final do filme, conhecia cada ruga do rosto de mick JAgger melhor do que as minhas próprias, não aguentava mais! enquanto o mais interessante, o mais curioso passava perto e não era explorado, Como o cenas de Charles Watt, aliviado após a execução de uma música, Keith Richards falando ao público, ou até os planos mais belos e cinematográficos, como o de Richards cuspindo contra luz, o olhar de buddy Guy, o diálogo absolutamente expressivo dos dois guitarristas que pareciam conversar e se entender perfeitamente atráves de suas guitarras eram logo cortados para uma das mil câmeras que focalizavam o rosto de Mick JAgger.
O místico e lendário guitarrista-personagem-pronto, Keith Richards ficou em segundo plano, assim como a misteriosa Figura de Charles Watts que não foi explorada e continuou no fundo do palco. Tudo em troca das rugas de JAgger. e Tudo que conseguiram dele tirar, foram as rugas, nada mais profundo que isso, 2 horas de um show bem filmado de rugas de JAgger.
Faltou ousadia ao filme, o que eu pelo menos esperava de ver, era algo inédito. Os bastidores, as expressões, as conversas, risadas, os erros, as brigas as loucuras, as melhores e raras cenas do filme diziam a respeito disso! do lado humano e belo dos já prontos personagens. Faltou dar um toque de cinema ao show, um slowmotion de um detalhe que passa despercebido, um close up do inusitado, imagine se por exemplo ao invés do show, pudéssemos ver tudo que se passou antes do show começar, bastidores, personagens curiosos encolvidos, a relação entre o cinema e a música, mas após 3 ou 4 músicas, não consegui perceber ninguém na sala escura sequer batendo os dedos na divisória da poltrona no ritmo da música.
O MAterial e argumento do filme já estavam pronto. Os Rollings Stones por sí só já renderiam algo maravilhoso. Mas o resultado final foi absolutamente decepcionante. Não me surprenderei se o próximo "documentário" (se é que esse registro de show pode ser considerado documentário) de Scorsese for uma mega produção sobre um casamento de uma estrela pop qualquer.
Ufa...pronto falei...e essa tinha que falar, tava engasgado...

Um comentário:

Stefano disse...

acabei de ver o filme e não podia concordar mais com você.
O filme é um tédio. Me segurei para não deixar a sala de cinema. Mas eu aprecio a música dos stones e não sou desses que pagam o ingresso e não vêem o filme, então fiquei.
A tradução correta do filme deviria ficar em Mick Jagger - Shine a Light.
todo o resto é figuração.
Pensei que o martin fosse dar um outro aspecto ao show, mostrar outros ângulos, detalhes, bastidores, mas não...Era só Mick...
Scorsese fez de novo o que tinha feito em "o Aviador", se preocupou com a qualidade técnica e se esqueceu do substancial.
Mas foi bom até. Não é sempre que se vê um dvd músical numa sala grande, com bom som e imagem. valeu os 4 reais, principalmente pela música com a participação de Buddy Guy. Rapaz, que espetáculo. E os coroas provam com isso que dão um banho em qualquer um da nova geração.

ps: Que final vergonhoso foi esse do filme?? Aquela sequência "Being Mick Jagger" seguida de uma abertura mostrando a cidade e a lua se transformando no símbolo dos stones...Pífio, ridículo e todos os mais pejorativos adjetivos. Só faltou o filme acabar com um pulinho dos membros da banda e um still, enquanto passam os créditos.