quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Retomada do blog - um desabafo sobre leitura e banheiro

Eu estava dando continuidade na minha incursão pela literatura norte-americana e peguei para ler “Uivo e outros Poemas”, considerado um dos principais livros da chamada geração Beat, escrita pelo maluco Allen Gisnberg, que se meteu pelas entranhas da américa junto a Kerouac, Burroughs, Neal Cassady entre outros.

Eu já tinha tido passagens absolutamente maravilhosas com Kerouac e Bukowski – este último o menos beat de todos – mas por alguma razão não consegui me empolgar com o texto de Ginsberg, talvez por ele escrever poemas, que não são o meu forte, mas muito provavelmente porque sentia que o que estava lá escrito era algo profundo, que necessitava de concentração e já que grande parte da minha leitura é feita no trem, a caminho da minha faculdade, decidi que precisava ler o livro em outro lugar, mais tranqüilo. E esse lugar, decidi, seria o banheiro.

Talvez agora tenha algum leitor indignado comigo, pensando ser absurdo um livro da importância de “Uivo” ter sido relegado à literatura de privada. Mas eu não considero isso um rebaixamento. Sempre tive o hábito de ler no banheiro e há algum tempo eu já elaborei uma especificação dos livros de privada que servem para mim. Como não é saudável ficar tanto tempo em posição “fecal” tem que ser algo rápido e muito segmentado, onde posso interromper a leitura e depois retomar sem precisar de muita lembrança da história. Normalmente eu leio livros de contos mais curtos – já li muito Ítalo Calvino e Kafka sentado no trono – e diversas HQ’s.

Eu decidi por ler “Uivo” nesse meu antro porque o banheiro é o lugar em que eu fujo do mundo, o lugar mais tranqüilo em que eu consigo ficar, fora que eu preciso sempre ir pra lá, uma hora ou outra. E como o livro de Ginsberg tem várias partes, ele se torna o candidato perfeito.
Estou feliz com minha escolha até agora. Estou começando a fazer as pazes com ele. E fora que essa escolha me deu a oportunidade de começar outra leitura, essa sendo aproveitada no trem, “O Menino Perdido” de Thomas Wolfe, que não é beat, mas é da moderna literatura norte-americana, junto com Faulkner, Fitzgerald, Hemingway, entre outros.

Não sei se isso interessa a alguém, mas como ninguém lê esse blog, fica então esse post como desabafo. Pensei nele tomando banho e agora externo, quem sabe deixando para a eternidade.

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